sábado, 15 de junho de 2013










Uma mancha vermelha que aparece sobre as maçãs do rosto e na parte superior do nariz, também conhecida como "asa de borboleta", ou ainda uma grande sensibilidade à luz solar. Esses são alguns dos sintomas mais freqüentes que acometem pessoas portadoras de uma doença auto-imune chamada lúpus. 

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Como toda doença auto-imune, o lúpus desencadeia um mecanismo de agressão ao organismo por meio do próprio sistema de anticorpos da pessoa doente. "O sistema imunológico pára de reconhecer partes do organismo, como alguns órgãos, por exemplo, como sendo parte do próprio organismo", comenta o reumatologista chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas, Ricardo Fuller.

A maior parte dos pacientes apresenta uma grande sensibilidade à luz solar, denominada fotossensibilidade, que provoca manchas vermelhas na pele. Essas ocorrências podem ser pequenas feridas semelhantes a aftas na mucosa da boca e no nariz.

Apesar de a pele ser comprometida em aproximadamente 60% dos casos da doença, outros sintomas também são comuns. "Os sintomas gerais incluem fadiga, mal-estar, cefaléia, febre, falta de apetite, indisposição, emagrecimento. Já os sinais específicos incluem lesões avermelhadas na pele, especialmente nas áreas expostas ao sol, dor e inflamação nas juntas, queda anormal dos cabelos, urina espumosa, convulsões epilépticas e distúrbios psiquiátricos", explica o reumatologista Luís Eduardo Coelho Andrade.

Como se adquire a doença
O lúpus não é uma doença contagiosa, por isso não se deve ter a preocupação em evitar qualquer tipo de contato íntimo com a pessoa doente. "No entanto, essa doença possui um leve componente de hereditariedade, ou seja, parentes de primeiro grau de pacientes com lúpus têm chances um pouco maior de desenvolvê-la", comenta Luís Eduardo.

Pessoas com predisposição genética podem favorecer o desenvolvimento da doença de três formas distintas. A mais comum delas é por meio da exposição solar, onde penetração dos raios ultravioletas na pele causa alterações nas moléculas do epitélio (que estimulam o sistema imunológico). Outro fator é o uso de contraceptivos, uma vez que o estrógeno - hormônio contido nas pílulas anticoncepcionais - estimula o sistema imunológico. Há ainda casos em que a doença se desenvolve em pessoas já predispostas depois de um grande trauma psicológico.

Tratamento do lúpus
Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento e o paciente tem a perspectiva de uma vida longa e de qualidade. "O lúpus evolui em períodos de atividade, quando necessita de tratamento contínuo, e de inatividade, quando o tratamento é cuidadosamente retirado", explica Fuller. Ele comenta ainda que alguns pacientes podem apresentar uma única crise em toda a sua vida.

Em casos mais avançados, o tratamento medicamentoso é o mais indicado. Pacientes que não precisam de remédio costumam seguir uma rotina de uso de bloqueadores solares, exercícios físicos, sono adequado e uma dieta balanceada.

A doença, que atinge um número maior de mulheres em idade fértil, pode ser um fator de risco para a gravidez, devido a chances de aborto. "Mulheres com lúpus inativo podem ter a gravidez liberada mediante avaliação do médico. O pré-natal nesses casos deve ser mais rigoroso que em uma gestação normal", explica Fuller.

Sintomas:
- fadiga
- mal-estar
- cefaléia
- febre
- falta de apetite
- indisposição
- emagrecimento
- lesões avermelhadas na pele
- inflamação nas juntas
- queda anormal dos cabelos
- urina espumosa
- convulsões epilépticas
- distúrbios psiquiátricos
- arroxeamento dos dedos das mãos e pés
- dormências e paralisias regionais
- tromboses em membros
- derrame cerebral
- dor torácica
- palpitação
- falta de ar
- úlceras na pele
- necrose nas pontas dos dedos

Serviço:
- Luís Eduardo Coelho Andrade - reumatologista
luis.andrade@fleury.com.br 


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